outubro 31, 2011

Digno de reverência ou merecedor de desprezo?

Não compreendo.
Nasce o sol e não dura mais que um dia, depois nasce a lua e não dura mais que uma noite e isto repete-se dia e noite. Com o sol que nasce vem a luz, e com a lua que nasce vai-se a luz e vem a escuridão, e à medida que nós peixes nos abrigamos dos males e juntos nos mantemos, aqueles homens cuja função deveria ser salgar a terra não a salgam, não porque esta não se deixa salgar, mas porque se traderem e falseiam uns aos outros, e nesta deslealdade não têm tempo para cumprir as missões que lhes foram atribuídas.
Padre Vieira já desistiu destes figadais, agora basta rezar para que eles não desistam deles mesmos do mesmo modo que já desistiram uns dos outros, estes sermões que eu e os meus outros companheiros peixes estamos há tanto tempo a audire deveria ter sido auscultado por eles que tanto dizem ser crentes e protegidos por uma entidade sagrada, mas sempre se deslembram que muito antes destes terem existência já nós peixes cá nadávamos nos nossos oceanos, mares, lagos e rios ou ribeiras, sendo as nossas casas todos os fios de àgua que correm vivos nesta terra.
O Sermão de Santo António patenteou-me a ver aquilo que os meus pequenos olhos de peixezinho não viam antes. Não acredito em altas igrejas a tentar alcançar o divino céu ou rezas e preces a luzes sagradas que passam como se por magia pelos vitrais em forma de um todo poderoso Deus. Ainda assim nada posso contestar, não porque não queira pois quero, mas porque não posso, pois por não ser um homem nada tenho com que dizer o que desgosto. Louva-me Santo António por nada dizer, ao passo que se pudesse nada deixava por ser dito.
 Louvar as virtudes (bens) e repreender os vícios (males).
Meus bens e do resto dos peixezinhos ao sermos bons ouvintes e nada termos a comentar.
Males dos humanos sobretudo por escravizarem o homem negro e tentarem o mesmo com os índios, também mentirem, roubarem e matarem-se uns aos outros sem qualquer pudor.
 Não sei qual a moral que tenho para pensar deste modo sendo um simples peixezito, mas depois de ver algo desta gravidade apoio o que santo António fez deixando as praças e indo as praias, deixando a terra e indo ao mar. Digno de reverencia ou merecedor de desprezo é este tão poderoso Homem que não prega a doutrina e serve os seus apetites?

Do Alexander, 11ºC

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