I Capítulo:
Espaços: Santa Olávia (espaço rural),
Lisboa (espaço urbano).
Tempos:
-
Presente: Outubro de 1875;
-
Passado: analepse (recuo no tempo) à
juventude de Afonso da Maia. Casamento com Maria Eduarda Runa, nascimento do
filho, o Pedrinho, ida para Inglaterra; regresso a Portugal, morte da mulher e
juventude de Pedro até ao seu casamento, contra a vontade do pai, com Maria
Monforte.
Temática importante:
A crítica à educação
tradicional/religiosa ("beata"), que contribui para deformar a
personalidade dos indivíduos (ex: Pedro da Maia);
Os excessos, de
todo o género, que esse tipo de educação e uma sociedade
romântica fomentam (Pedro da Maia);
O pragmatismo “inglês” de Afonso da
Maia, no que diz respeito à educação e à religião; oposição Afonso/Pedro:
força/fraqueza;
A ascensão social dos novos-ricos: Maria
Monforte e o pai, muitas vezes, através de meios pouco sérios (tráfico de
negros);
A caracterização
de Pedro da Maia, cuja personalidade se deve aos fatores antes referidos e a
que se acrescenta o da hereditariedade (influência
do Naturalismo);
O aparecimento
de presságios, desde o início:
-
A
família tinha poucos elementos( só avô e neto);
O
Ramalhete sempre tinha sido “fatal” à família
Maia;
Pedro era parecido com um bisavô materno que se tinha
suicidado;
Maria Monforte era de uma beleza clássica, magnífica,
comparada à das estátuas gregas;
A
sombrinha escarlate de Maria “derramava” como que uma mancha de sangue sobre
Pedro.
Linguagem e
recursos estilísticos:
A
adjetivação com a intenção de descrever pormenorizadamente
(característica do Realismo): [Pedro era] “mudo,
murcho, amarelo…”(Capt I, p 20);A
ironia para acentuar a crítica social, nomeadamente, o uso dos
diminutivos: [Pedro] “ aos dezanove
anos teve o seu bastardozinho.”(Capt
I, p 20);
O
advérbio de modo com uma função adjetivante: [Afonso] “esteve olhando abstraidamente a quinta…”
(Capt I, p 31);
A
sinestesia ( sugere sensações várias): “ Os passos do escudeiro não faziam ruído no tapete fofo; o
lume estalava alegremente, pondo retoques de oiro nas pratas polidas;”
(audição, tato, audição, visão)-(Capt I, p 31);
A
comparação: “…e a sua face [de Maria
Monforte], grave e pura como um mármore grego…” (Capt I, p
29);
A
metáfora: [Maria Monforte]"...
arrastando com um passo de deusa a sua cauda de corte…" (Capt I, p
23).
Nota: A paginação remete para a obra na
sua edição de Os Livros do Brasil.