junho 07, 2013

Regresso tardio: fim de ano!

Mensagem dedicada aos meus alunos que, apesar da minha ausência e de um ano cheio de vicissitudes, não esqueceram...

Da web, foto antiga da escola. O lema permanece: AMO-TE.
Esqueço do quanto me ensinaram

Deito-me ao comprido na erva.
E esqueço do quanto me ensinaram.
O que me ensinaram nunca me deu mais calor nem mais frio,
O que me disseram que havia nunca me alterou a forma de uma coisa.
O que me aprenderam a ver nunca tocou nos meus olhos.
O que me apontaram nunca estava ali: estava ali só o que ali estava.
[...]

Alberto Caeiro (heterónimo de Fernando Pessoa)

fevereiro 28, 2013

Cesário Verde: "apontamentos"

Este Powerpoint foi feito por um aluno, há uns anos. Porque me parece conter o essencial sobre o poeta  e a sua poesia, disponibilizo-o para consulta:


fevereiro 26, 2013

Cesário Verde por Fernando Pessoa


Serigrafia de Luís Osório

Cesário Verde


Ao entardecer, debruçado pela janela,
E sabendo de soslaio que há campos em frente,
Leio até me arderem os olhos

O livro de Cesário Verde.
.
Que pena que tenho dele! Ele era um camponês
Que andava preso em liberdade pela cidade.
Mas o modo como olhava para as casas,
E o modo como reparava nas ruas,
E a maneira como dava pelas cousas,
É o de quem olha para árvores,
E de quem desce os olhos pela estrada por onde vai andando
E anda a reparar nas flores que há pelos campos ...
.
Por isso ele tinha aquela grande tristeza
Que ele nunca disse bem que tinha,
Mas andava na cidade como quem anda no campo
E triste como esmagar flores em livros
E pôr plantas em jarros...
 
 
 
Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema III"
(Heterónimo de Fernando Pessoa)

fevereiro 14, 2013

Poema para E-Namorados

Da web
Se eu pudesse guardar os teus sentidos
Numa caixa de prata e de cristal,
Entre conchas do mar, búzios partidos,
Pequenas coisas sem valor real...

Se eu pudesse viver anos perdidos
Contigo, numa ilhota de coral,
Para além dos espaços conhecidos,
Mais longe do que a aurora boreal...

...
Se eu soubesse que o olhar de toda a gente
Te via, por milagre, repelente,
Que fugiam de ti como da peste...

Nem assim abrandava o meu ciúme,
Que é afinal o natural perfume
Da flor do grande amor que tu me deste.
 
Reinaldo Ferreira
 
 
São lindíssimos!

fevereiro 11, 2013

Frei Luís de Sousa, III Ato

Espaço: "parte baixa do palácio de D. João de Portugal", Almada; "casarão" despojado de ornamentos, apenas com cruzes, tocheiras e outros objetos religiosos.
Tempo: "alta noite".

Topoi ("tópicos"):

  • Descrição dos acontecimentos recentes que provocam as mudanças repentinas ( e inesperadas?) que ocorreram na vida da família: Manuel, pela primeira vez, mostra-se angustiado, revoltado, mas também conformado com a decisão irreversível que tem de tomar. Em diálogo com seu irmão, Frei Jorge (confidente), reflete sobre a desonra que se abateu sobre si próprio, sobre a família e, sobretudo, sobre sua filha, Maria, a vítima inocente.
  • A "morte para o mundo": separação do casal e ida para o convento, porque só a entrega a Deus pode redimir o seu pecado e só em Deus podem encontrar a resignação.
  • Agravamento da doença de Maria: referência explícita ao "sangue em golfadas", sintoma da tuberculose.
  • Os pressentimentos/presságios cumprem-se: Telmo reconhece que, embora sempre tenha desejado o regresso de seu amo, agora o repudiaria, se fosse possível; a separação de D. Joana e marido, que Maria admirara, está também prestes a atingir seus pais.
  • Expressão de sentimentos contraditórios: Telmo "escolhe" Maria a quem já ama mais que a D. João de Portugal.
  • Reconhecimento indiscutível do Romeiro: ele é D. João de Portugal.
  • Tentativa, ainda que vã, de alterar o curso dos acontecimentos: no entanto, as consequências terríveis e trágicas são, agora, inevitáveis.
  • Morte de Maria em palco, "de vergonha".
  • Redenção do pecado e da desonra de Madalena e Manuel: consagração a Deus, entrada no convento.

    --Romantismo: espírito cristão, crença de que só em Deus é possível encontrar a salvação: a "morte para o mundo"; a emotividade, agora "irracional", de Manuel; a contradição de sentimentos em Telmo;os pormenores mórbidos relacionados com a doença de Maria; a morte "espetacular" desta personagem em palco. A expressão de sentimentos, através da linguagem e do estilo, acentua-se: interjeições, frases inacabadas, frases exclamativas, apóstrofes, hipérboles...

    Classicismo: momentos que marcam o final da tragédia.
    Mudança súbita dos acontecimentos(peripateia); impossibilidade de os alterar, porque eles sempre se "anunciaram"(presságios) como inevitáveis; o crime cometido não pode passar sem castigo e atinge, não só quem o praticou(Manuel e Madalena), como também a vítima inocente, Maria: a katastrophe.

fevereiro 04, 2013

Frei Luís de Sousa, II Ato

Espaço: Almada, "palácio que fora de D: João de Portugal"; "salão antigo, de gosto melancólico e pesado"; retratos vários, destacando-se os de D. Sebastião, Camões e D. João de Portugal.

Tempo: oito dias depois do incêndio do palácio de Manuel de Sousa; sexta-feira, dia do aniversário do primeiro casamento de Madalena, data que coincide com o primeiro encontro dela com Manuel de Sousa e com o dia em que D. João de Portugal desapareceu em Alcácer-Quibir.

Topoi("tópicos"):
  • A curiosidade precoce de Maria continua a manifestar-se a propósito da identidade dos retratos: em diálogo com Telmo, este vai-lhe falando de D. Sebastião e de Camões, mas evita revelar-lhe quem é o terceiro.
  • O Sebastianismo/Nacionalismo: recusa em acreditar que D. Sebastião tenha morrido, porque significaria a permanência do domínio castelhano em Portugal.
  • Idealização da figura do "poeta desgraçado", Camões: Telmo afirma ter sido seu amigo, falando da sua morte prematura, na miséria, e do esquecimento a que a sua obra foi votada.
  • Referência (premonitória) a D. Joana e seu marido, que se separaram para seguirem a vida monástica: Maria revela admiração por esta escolha que considera muito corajosa.
  • Os sintomas da doença de Maria são referidos frequentemente: a febre.
  • A interpretação simbólica da destruição do retrato de Manuel de Sousa, no incêndio: perturbação crescente de Madalena, que acredita que é um sinal de que algo de funesto vai acontecer.
  • Revelação da identidade do retrato de D. João de Portugal: Manuel de Sousa, serenamente, di-lo a sua filha.
  • Os terrores de Madalena acentuam-se: o marido, a filha e Telmo vão a Lisboa, deixam-na com os seus "espectros" e maus pressentimentos, ficando com ela apenas Frei Jorge.
  • A figura misteriosa e ameaçadora do Romeiro: a sua chegada é anunciada por Miranda.
  • Revelação "dúbia" da identidade do Romeiro, após um diálogo em ansiedade crescente entre ele, Madalena e Frei Jorge: "Ninguém!

-- Romantismo: a presença ameaçadora e "agoirenta" dos retratos, os espectros; o Sebastianismo e o nacionalismo; referência à figura "marginalizada" e incompreendida de Camões; a doença e impulsividade de Maria; a sensibilidade doentia e as superstições de D. Madalena, nomeadamente, a propósito da "sexta-feira"; o mistério que se adensa ao longo do II Ato. A linguagem emotiva continua a refletir os estados de espírito das personagens.

-- Classicismo: continuação dos momentos que caracterizam a tragédia:

A aflição de Madalena vai-se acentuando(o pathos); em breve se assistirá a uma mudança repentina da acção (a peripateia); o momento do "reconhecimento" (anagnorise) desencadeado por alguém que vem "de fora", o Romeiro, e anunciado pelo "mensageiro da desgraça", Miranda. Manuel continua a revelar-se sensato, racional, assim como seu irmão, Frei Jorge.

janeiro 30, 2013

Frei Luís de Sousa, I Ato

Espaço: "câmara antiga", Almada, palácio de Manuel de Sousa.
Tempo: "fim da tarde", "princípios do século dezassete".
.
.Topoi("tópicos"):
Teatro D. Maria II
 
  • Reflexões inquietas de Madalena: lê excertos de Os Lusíadas de Camões, episódio de Inês de Castro, o que a leva a meditar sobre o caráter efémero da felicidade e do amor;
  • A importância do passado: do diálogo entre Telmo e Madalena ficamos a saber que Madalena foi casada com D. João de Portugal e que ele "desapareceu" em Alcácer Quibir, tal como D. Sebastião, quando ela tinha apenas 17 anos. Procurou-o durante 7 anos e, seguidamente, casa com o homem que já amava, Manuel de Sousa Coutinho. Têm uma filha com 13 anos. Telmo "acusa-a" de ter atraiçoado a memória de seu amo (D. João), contribuindo para que se adensem os terrores e as angústias de Madalena;
  • O Sebastianismo: Maria entra em cena, impulsiva, exprimindo o desejo de que D. Sebastião regresse para salvar Portugal do domínio castelhano, sem saber que isso poderia implicar o regresso do primeiro marido de sua mãe e consequente desonra da família;
  • A crença em agouros, superstições, "sonhos"/ delírios: Maria;
  • O "mensageiro": Frei Jorge, irmão de Manuel de Sousa, avisa que os governadores castelhanos têm a intenção de ir procurar "alojamento" em Almada, naquela casa. Maria, em particular, repudia esse acolhimento;
  • A doença de Maria: comentários preocupados sobre a sua "fina" audição, sintoma da tuberculose que a afeta. É ela a única que ouve a voz de seu pai que está de regresso a casa;
  • O nacionalismo: Manuel, já em sua casa, ordena que todos a abandonem, para que, assim, não tenham que ser anfitriões dos castelhanos. A alternativa é procurarem abrigo no palácio onde Madalena morou com o primeiro marido. Maria concorda e incentiva, entusiasmada, esta atitude de rebeldia de seu pai;
  • Terror crescente de Madalena: para ela, o regresso a essa casa é prenúncio da desgraça que sempre temeu. Manuel considera infundados os terrores da mulher e avança com a sua decisão;
  • Final "apoteótico" e espetacular do I Ato: com a chegada imprevista dos governadores castelhanos, Manuel de Sousa obriga todos a sair e incendeia a sua própria casa.

-- Romantismo: emotividade de D. Madalena; citações de Camões (de Os Lusíadas);a crença em agouros e superstições (Maria e Telmo); a fragilidade e sensibilidade "doentias" de Maria; o Sebastianismo; a resistência ao domínio castelhano; espetacularidade da cena final do I Ato, o incêndio do palácio. A linguagem e o estilo refletem o turbilhão de emoções que afeta as personagens: apóstrofes, interjeições, frases exclamativas e interrogativas, repetições, reticências.

-- Classicismo: os momentos que marcam a inevitabilidade da tragédia.

Presságios que se confundem com os agouros; aproximação do pathos e do climax; adivinha-se a mudança, a peripateia; o desafio de Manuel de Sousa às autoridades instituídas e de Maria, que, sem ter consciência, apela a "um regresso ao passado"( hybris); ela é a vítima inocente sobre a qual a fúria inexorável do Destino se irá abater. No I Ato, Manuel de Sousa representa o racionalismo dos clássicos pelo modo como (ainda) controla as suas emoções.

janeiro 28, 2013

Tragédia ou Drama?

O Frei Luís de Sousa é uma tragédia porque:

  • as personagens desafiam o Destino (hybris): Madalena casa com Manuel de Sousa Coutinho sem ter a certeza de que o primeiro marido está morto e Manuel incendeia o seu palácio para não receber os governantes castelhanos;
  • o sofrimento e a aflição das personagens vai-se acentuando, à medida que a ação progride (clímax e pathos) e atinge também os “inocentes” (Maria, a filha);
  • há uma mudança repentina na ação (peripateia –“peripécia”), desencadeada por alguém que vem de fora, sucedendo o “reconhecimento” (anagnorise): o Romeiro é identificado como D. João de Portugal, o primeiro marido de D. Madalena;
  • a partir deste momento, é impossível evitar a “catástrofe”(katastrophé): as consequências terríveis que atingem todos os que estão próximos de quem desafiou o Destino;
  • Maria morre e os pais “morrem para o mundo”, vão para o convento;
  • a catharsis (purificação) é feita pelo despertar no público de dois sentimentos: o terror e a piedade( referidos por Almeida Garrett na Memória ao Conservatório Real);
  • Telmo e Frei Jorge têm um papel semelhante ao do Coro das tragédias gregas, tentando confortar as personagens.

O Frei Luís de Sousa é um drama romântico porque:

  • a ação decorre numa época histórica de resistência, de afirmação e defesa do nacionalismo (século XVII, perda da independência, ocupação castelhana);
  • remete para a crença no mito do Sebastianismo: D. Sebastião tinha “desaparecido” em Alcácer- Quibir e o seu regresso era a esperança que restava para a recuperação da independência de Portugal;
  • referências várias a Camões, poeta de expressão do patriotismo;
  • afirmação constante do nacionalismo, com a rejeição da presença dos castelhanos em território português;
  • crença no regresso do morto-vivo, “personagem” de inspiração medieval (D. João de Portugal);
  • expressão hiperbólica de sentimentos, de estados de alma, frequentemente contraditórios e caóticos;
  • crença em agoiros, superstições, simbologia premonitória dos sonhos (Madalena, Maria e Telmo);
  • o cristianismo: Madalena e Manuel encontram o conforto na crença em Deus e na ida para o convento, em vez da morte violenta das tragédias;
  • uso da prosa ( e não o verso, como era habitual na tragédia);
  • divisão em três Atos ( e não os cinco da tragédia);
  • não existe unidade de tempo nem de espaço: a ação não decorre em 24 horas nem no mesmo lugar;
  • linguagem que exprime os estados de espírito das personagens: apóstrofes, frases exclamativas e interrogativas, frases inacabadas (com reticências), hipérboles……

janeiro 24, 2013

Quem foi Frei Luís de Sousa?

Capa de edição antiga
Frei Luís de Sousa - Manuel de Sousa Coutinho (c.1555 - 1632)

Escritor e sacerdote português, natural de Santarém. Mudou de nome ao ingressar na vida religiosa, em 1613, como era prática usual nas ordens religiosas.
Foi nomeado cavaleiro da ordem de Malta por volta de 1572, tendo estado cativo em Argel e viajado pelo Oriente e pelas Américas. Esteve ao serviço de Filipe II e casou com D. Madalena de Vilhena, mulher de D. João de Portugal, que desaparecera na batalha de Alcácer Quibir. Em 1559, havia sido nomeado capitão-mor de Almada.
Nesse mesmo ano, destruiu o seu palácio pelo fogo, não permitindo assim que os governadores do reino, fugindo à peste de Lisboa, nele se refugiassem.
Em 1613, Manuel de Sousa Coutinho e D. Madalena de Vilhena decidiram professar — ele, no convento de São Domingos, em Benfica, e ela, no convento do Sacramento. Um biógrafo atribuiu esta decisão à notícia de que D. João de Portugal se encontrava, afinal, vivo, tornando ilegítima a união do casal.
Escreveu vários livros, destacando-se a Vida de Frei Bartolomeu dos Mártires e História de São Domingos.

Foi na vida "misteriosa" deste homem que Almeida Garrett se inspirou para escrever o Frei Luís de Sousa.

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Não esquecer que:


O Frei Luís de Sousa foi escrito no século XIX por Almeida Garrett,


mas a ação decorre no século XVII.

janeiro 17, 2013

Frei Luís de Sousa: Memória ao Conservatório Real

Da leitura de excertos da "Memória ao Conservatório Real", no Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett, destaco os seguintes tópicos:

  • Busto de Almeida Garrett, no átrio do Teatro D. Maria II
    os factos históricos portugueses são marcados pela simplicidade;
  • essa simplicidade é solenemente trágica e «moderna» (romântica);
  • na história do Frei Luís de Sousa, há simplicidade trágica, mas há, também, o espírito do Cristianismo que suaviza o desespero das personagens: em vez de uma morte violenta, “morrem para o mundo”, entregam-se a Deus;
  • da tragédia não usa o verso, preferiu a prosa, talvez para não “ofender” a memória de Frei Luís de Sousa, ele próprio um dos melhores prosadores da língua portuguesa;
  • consequentemente, se, na forma, esta obra é um drama, na «índole», considera-a uma tragédia antiga;
  • uma ação muito “simples”, sem paixões violentas: poucas personagens, todas elas genuinamente cristãs , sem um “vilão”, sem assassínios, sem “sangue”;
  • sem estes “ingredientes”macabros, tão usados na época para captar o interesse das plateias, Garrett quis verificar se era possível despertar, nesse público ávido de emoções fortes, os dois sentimentos únicos de uma tragédia: o terror e a piedade;
  • no entanto, considera a sua peça “apenas” um drama, porque, tal como a sociedade, a literatura ainda estava em “construção”: a literatura reflete, mas influencia, também, a sociedade;
  • afirma, porém, que não se sentiu obrigado a respeitar a verdade histórica, mas sim a “verdade” poética;
  • e justifica essa opção, caracterizando a sua época, o século XIX, como «um século democrático; tudo o que se fizer há-de ser pelo povo e com o povo…ou não se faz.»;
  • a verdade encontra-se no passado histórico, porque é “o espelho” do presente: só assim o leitor apreciará, porque só assim entenderá – «é preciso entender para apreciar e gostar».

janeiro 13, 2013

A ideologia romântica

O Romantismo, uma nova visão do Homem e do Mundo:

Alcochete
 
  • valorização do Eu, do indivíduo e da sua espontaneidade;
  • a Emoção deve sobrepor-se à Razão;
  • insatisfação, a ânsia de Absoluto, a nostalgia por algo de distante, vago e indefinido;
  • consciência dos problemas político-sociais e vontade de neles participar ativamente: a defesa dos princípios da Igualdade, Liberdade e Fraternidade;
  • o herói romântico é concebido como um rebelde, incompreendido, (auto)marginalizado, que se insurge contra tudo o que o oprime;
  • os sentimentos privilegiados são: a tristeza, a melancolia, o gosto pelo sofrimento, a busca da solidão, o desejo da morte como libertação;
  • atração pelo sobrenatural, pelo mistério;
  • crença em agoiros e superstições, gosto pelas tradições, lendas e mitos;
  • o gosto pela Noite, pelo sombrio, pelo macabro: o locus horrendus;
  • o nacionalismo e o patriotismo;
  • a religiosidade cristã;
  • a evasão (fuga) da realidade:-no espaço: gosto por países distantes, exóticos, misteriosos;-no tempo: valorização do passado, nomeadamente a Idade Média;-através do sonho e da imaginação;
  • simplificação da linguagem e do estilo.


janeiro 10, 2013

O Romantismo

Para entender o Romantismo, é necessário conhecermos os factos político-sociais que influenciaram a mudança de visão e de atitude perante o Homem e o Mundo, ainda no século XVIII, na Europa, no século XIX, em Portugal.
  • Alcochete, pôr do sol.
    a Revolução Industrial, em Inglaterra;
  • a Revolução Francesa, em França (1789);
  • a Revolução Liberal, em Portugal (1820): opõe Liberais e Absolutistas, representados, respetivamente, por D. Pedro e D. Miguel. Durante cerca de 30 anos, o país viveu em guerra civil.
 

Consequências:
  • ascensão da burguesia;
  • democratização da cultura e do livro;
  • defesa dos ideais da Liberdade, Igualdade e Fraternidade;
  • queda dos regimes absolutistas.