Alexandre Herculano, escritor romântico português, contemporâneo de Almeida Garrett, escreveu vários romances históricos cuja ação se localizava na Idade Média. É o caso de Eurico, o presbítero, que inspirou a peça que iremos ver representada: A paixão, segundo Eurico.
A ação decorre no século VIII, tempo em que os Godos reinavam, tempo em que os Árabes invadiram a Península, tempo de batalhas, de afirmação e de tentativas de imposição de crenças religiosas, tempo de "Guerras Santas".
Eurico vê-lhe negada a possibilidade de casar com a mulher que amava, Hermengarda, filha do rei e irmã de Pelágio. Refugia-se no Presbitério, sublimando o seu amor na entrega a Deus e na bravura suicida com que combatia os infiéis.
Mais tarde, Hermengarda, sem saber que fala com Eurico, que se ocultava num manto negro, para que ninguém o reconhecesse, confidencia-lhe o seu amor por "esse" homem. Eurico rejubila e, num impulso, julga, finalmente, poder concretizar os seus sonhos de felicidade. Mas, rapidamente, se lembrou de que a sua vida estava entregue a uma causa maior, a Deus, e, por isso, lhe estava vedado o casamento.
Hermengarda delira, enlouquece, perante esta revelação! Eurico cavalga, loucamente, para a batalha, onde, provavelmente, encontrará a morte!
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Alexandre Herculano foi influenciado pelo escritor escocês, Walter Scott, que fomentou o gosto pelos romances históricos. São dele obras como Ivanhoe (com Robin Hood), O talismã (no tempo do rei Ricardo Coração de Leão) e A noiva de Lammermoor, também ela uma mulher que enlouquece. Nesta última se inspirou Donizetti para compôr a ópera (quase) homónima.
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