janeiro 10, 2012

Eurico, o presbítero: um romance do tempo em que uma bela donzela se podia chamar Hermengarda...

Alexandre Herculano, escritor romântico português, contemporâneo de Almeida Garrett, escreveu vários romances históricos cuja ação se localizava na Idade Média. É o caso de Eurico, o presbítero, que inspirou a peça que iremos ver representada: A paixão, segundo Eurico.
A ação decorre no século VIII, tempo  em que os Godos reinavam, tempo em que os Árabes invadiram a Península, tempo de batalhas, de afirmação e de tentativas de imposição de crenças religiosas, tempo de "Guerras Santas".
Eurico vê-lhe negada a possibilidade de casar com a mulher que amava, Hermengarda, filha do rei e irmã de Pelágio. Refugia-se no Presbitério, sublimando o seu amor na entrega a Deus e na bravura suicida com que combatia os infiéis.
Mais tarde, Hermengarda, sem saber que fala com Eurico, que se ocultava num manto negro, para que ninguém o reconhecesse, confidencia-lhe o seu amor por "esse" homem. Eurico rejubila e, num impulso, julga, finalmente, poder concretizar os seus sonhos de felicidade. Mas, rapidamente, se lembrou de que a sua vida estava entregue a uma causa maior, a Deus, e, por isso, lhe estava vedado o casamento.
Hermengarda delira, enlouquece, perante esta revelação! Eurico cavalga, loucamente, para a batalha, onde, provavelmente, encontrará a morte!

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Alexandre Herculano foi influenciado pelo escritor escocês, Walter  Scott, que fomentou o gosto pelos romances históricos. São dele obras como Ivanhoe (com Robin Hood), O talismã (no tempo do rei Ricardo Coração de Leão) e A noiva de Lammermoor, também ela uma mulher que enlouquece. Nesta última se inspirou Donizetti para compôr a ópera (quase) homónima.

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